Friday, April 18, 2008

Let me take you there…

Uma folha agita-se levemente na árvore, como se o vento fosse a sua melodia favorita. E solta-se, como se essa melodia a levasse a voar, a sonhar mais alto. Mas não. Está lá a gravidade para destruir esse seu sonho, que nem essa melodia consegue alimentar. E cai. Olha do chão para a árvore que já não consegue alcançar, à qual já não pertence. Pertenceu ao sonho, por breves momentos, esse sonho que se desvaneceu como a melodia que já não a embala. E estagna, como a sua vida que já não mais é comandada por um sonho, mas pela resignação.

É por isso que ela o quer levar para a Lua, onde não há gravidade para lhe por os pés no chão, lhes tirar esse sonho do qual ele é a melodia favorita. E é essa melodia que quer ouvir eternamente, entoada pelo silêncio.

Será que te posso levar onde quero? Será que posso levar as minhas palavras onde quero? Ela escreve no papel as suas esperanças, talvez vãs, mas sentidas. Verdadeiras. Fecha os olhos e vê-se noutro lugar. Esse lugar onde há respostas para as perguntas, onde nada consiga ofuscar o brilho dele. Esse brilho que não é de estrela, mas um brilho especial, interior, dele. Esse lugar conhecido por eles apenas: ele e ela, sem palavras, só com o silêncio que não lhes pertence mas que os engloba nesse lugar só deles. Sem abismos. Esse local onde podem ficar como duas crianças que não se preocupam com o mundo, com o que lhes é extrínseco. Apenas ali, eles e o silêncio. Abraçados, não pensam, apenas sentem esse lugar que os envolve, onde podem ficar para sempre ali.

“I know a place that we can go to, a place where no one knows you. I know a place that we can run to. Let me take you there, I wanna take you there…” Plain White T’s

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