Thursday, December 13, 2007

O meu refúgio...

Foste sem duvida o meu refúgio para não enfrentar a realidade, a realidade de amar alguém do qual teria de fugir obrigatoriamente, para não sofrer. E inconscientemente talvez te tenha feito sofrer. Desculpa. Falou a minha necessidade mais básica de sobreviver, de tentar não sofrer. E por isso sinto me um “Alberto Caeiro” inútil, pois aquilo que mais quis foi não sofrer, e o que mais fiz foi exactamente sofrer. Por ti. Demasiado tempo, demasiadamente próxima do infinito.
Talvez não me possas perdoar no teu inconsciente, pois eu própria não me perdoo por fugir da minha realidade, do meu mundo, deixando te para trás. Se apenas eu pudesse isolar me de ti, do mundo, na minha bolha de defesas, seria feliz, pois não faria sofrer ninguém, sofreria em silêncio.
Desculpa. E envolve-me este cansaço supremo da vida que não sei viver. De tentar ser feliz e acabar a sofrer por fazer sofrer os outros.
Vou-me isolar na minha bolha de defesas, fortalecê-las, pegar no meu sabre e lutar contra o meu inimigo, que me corrói as defesas, que me torna fraca, que me torna humana, algo que não quero ser.
Eu não era suposto ser, nem sei sequer o porquê de o fazer ainda. Porque não sou o orgulho de ninguém, não sou aquela em quem alguém pensa todos os dias inconscientemente, não.
Só queria ganhar esta paz, visto não conseguir ganhar esta guerra. E não me importo de desistir. É me indiferente. Totalmente. Porque te amo e não sei porque, porque não te quero amar. Só quero que me deixes com a minha consciência. Sozinhas. Como duas irmãs que precisam de recuperar o tempo perdido, o tempo que não há para perder, o tempo. Esse tempo que me faz desesperar. Deixa-me. Para sempre.

1 comment:

Anonymous said...

I just hope we dont have to think or feel in death.... we suffer enough through life........